
Você já pensou em doar algum órgão ou tecido do seu corpo? Se não, o que te impede de tomar essa decisão?
Os transplantes, de modo geral, permitem que pessoas com alguma necessidade específica retomem o funcionamento normal de parte do seu corpo através da inserção de um novo órgão saudável. No caso das córneas, trata-se de uma oportunidade única de recuperar a visão de alguém que sofre de deficiência visual por problemas nesse tecido.
Apesar de termos um dos maiores programas públicos de transplantes de órgãos e tecidos do mundo, pouco pode ser feito se não houver doações. Daí surge a necessidade de entender melhor como funciona essa realidade para entender que você pode ajudar!
O que é a córnea?
A córnea é um tecido transparente que fica na parte da frente do olho e funciona como uma lente sobre a íris. Se ela se opacifica por causa de lesões, infecções, doenças hereditárias, queimaduras ou qualquer outra causa, a visão pode ficar reduzida e até mesmo se perder com o passar do tempo.
Nesses casos, os prejuízos não podem ser contornados apenas com uso de óculos e lentes de contato. A única forma de corrigir é fazendo a troca por uma outra córnea sadia e transparente.
Como funciona o transplante?
O primeiro passo é ter consciência do legado que você pode deixar para alguém. Doar é um ato humano e, por isso, deve ser estimulado.
Após tomar a decisão de que planeja doar suas córneas, não há necessidade de fazer nenhum documento ou registro formal, basta informar sua família para que a mesma autorize, posteriormente, a retirada desses tecidos. Vale lembrar que as córneas podem ser retiradas em até seis horas após a morte (com o coração parado) e podem ser preservadas por até 15 dias após a sua retirada.
Além disso, é importante saber que a doação não altera a aparência do doador, não atrasa o enterro e não demanda nenhum gasto para a família do doador. Os custos envolvidos no processo são cobertos pelo banco de olhos, que são entidades sem fins lucrativos que recebem doações, preparam e distribuem córneas para transplante, ensino e pesquisa.
Todo o processo de retirada e processamento dos tecidos deve ser executado pelo banco de olhos, garantindo a ética e segurança. A partir daí a distribuição para os receptores é controlada pelos órgãos do governo de acordo com a ordem de inscrição do paciente na lista de espera.
Sobre essa lista, vale a pena destacar que não há a possibilidade de “furar a fila” ou que haja eventuais favorecimentos por qualquer razão. Em casos específicos previstos em lei, quando há emergência comprovada, o paciente poderá ser transplantado de maneira imediata.
Diferentemente do que acontece com outros órgãos e tecidos comumente doados, como coração, rim e fígado, as chances do processo ser completado são grande: aproximadamente 90% das córneas doadas têm condições de serem transplantadas. Por isso, contribua!
Importante: todas as informações sobre os doadores e sobre os receptores de tecidos oculares doados são sigilosas.
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Conseguiu tirar suas dúvidas? Espero que esteja pronto(a) para ajudar nessa luta e se tornar um doador! Aproveito a oportunidade para ressaltar a importância dessa ação, celebrada neste dia 27 de setembro, o Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos.
Fonte: Conselho Brasileiro de Oftalmologia.
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